II Seminário Hate Ywakup

Nos dias 21 à 25 de Novembro de 2011, será realizado na Comunidade Indígena Ipakup Ekatup Hap "Nova Esperança" o II SEMINÁRIO HATE YWAKUP "EDUCAÇÃO, SAÚDE E PRODUÇÃO" Objetivo do Seminário: BUSCANDO CONTINUAMENTE A AUTONOMIA INTELECTUAL, FÍSICA, POLITICA, CULTURAL, ECONÔMICA  SOCIAL E ESPIRITUAL DO POVO SATERE MAWE.
Os Palestrantes do Seminário serão os próprios indígenas, que discutem para a melhoria do Povo.


Veja como foi o I Seminário:


Representantes da Aldeia.

Participante do I Seminário.

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Trabalho realizado pelos participantes do Seminário.
Obs: Os trabalhos foram escritos na própria Língua Satere Mawe.


A vida do POVO SATERE MAWE ontem e hoje

Antigamente os Satere Mawe viviam tranquilos, seguros, fortes e mais felizes. Não havia nada que dificultasse ou comprometesse seu modo de vida, só sentiam um pouco de tristeza quando perdiam alguém da sua família.
Quando acontecia algum problema dentro da sociedade, logo eles resolviam. A única preocupação dos Satere Mawe era cuidar de seus filhos, sustentando, protegendo-os das doenças, ensinando e preparando-os para a vida futura.
Nesta época havia muita solidariedade nos trabalhos, nas cerimônias dos rituais e nas atividades religiosas. Havia também muita paz e união na vida do povo Satere Mawe, realizavam com facilidade qualquer tipo de trabalho, pois nessa época havia muita fartura de caça, pesca e frutos silvestres.
Viviam em comunidades isoladas e muito afastadas, próximas as cabeceiras dos rios, usavam o breu extraído das matas para iluminar suas casas durante a noite. Para capturar caças e peixes utilizavam flechas.
Quando os comunitários tinham necessidade de alguma coisa, como por exemplo: vestimentos. perfumes, e ferramentas, o tuxaua procurava atender ao seu povo.
Ele recebia e levava os produtos dos comunitários como sorva, breu e artesanatos para vender em cidades vizinhas. Iam de canoa em busca de mercadorias.
Nesse tempo não havia e as poucas comunidades que existiam eram muito distantes uma das outras.Somente o tuxaua que mal falava e entendia português do mesmo jeito.
Atualmente os índios Satere Mawe vivem nos rios Marau, Urupadi, Manjuru, Miriti, e Andira, próximos uns dos outros.
Antigamente não tínhamos as ferramentas de hoje, só existia o machado e pedra, com esse material os antigos faziam seus roçados.
Nessa época também não existia terçado  e nem espingarda. Hoje é diferente - Já existem ferramentas, instrumentos para caça e pesca e outros.
Depois do contato com os civilizados, a vida do povo Satere Mawe mudou completamente. Eles  deram sumiço em muitas coisas que nós possuíamos: o modo de se organizar, o modo de trabalhar, os trabalhos artesanais e até a maneira de se alimentar, de se vestir e divertir.
Tudo isso gerou muita dificuldade e muitas preocupações para a vida do povo Satere Mawe.
Pior ainda a sociedade envolvente está tentando dominar esse povo, conseguiram reduzir as nossas terras e cada vez mas a sociedade envolvente esta lutando para tomar posse de nossas terras.
Mas, felizmente as pessoas que valorizam o povo Satere Mawe e as que importam com a sua existência, estão fazendo o possível para que o Povo Satere Mawe se despertasse.
E assim foram despertando, até conseguirem elaborar projetos solicitando os cursos para orientar os professores executarem um trabalho excelente. E cada vez mais foram se aprofundando e começando a voltar para sua realidade.
No momento, junto com os instrutores, estão lutando para conseguir escolas diferenciadas, com as conscientizações dos Linguistas preocupados e as instituições interessadas.
Desde o momento, o povo Satere está tomando uma iniciativa  de resgate da cultura e fortalecendo a cultura permanente.

Semana da Pátria

No dia 5 de novembro de 2011, na aldeia Ipakup Ekatup hap “Nova Esperança” – rio marau, a Escola Indígena Manoel Michiles filho, nome em homenagem ao fundador da aldeia no ano de 1972,  foi realizado desfile civico em passagem da semana da pátria, o mesmo também ja era realizado pelo nossos pais e avós, e este  ano não foi diferente.


























dia-dia na aldeia Ipakup ekatup hap


Ao amanhecer os Satere Mawe da aldeia, o pai manda o filho mais velho pescar, depois ralam primeiramente o Guaraná “sapo”,


como mostra a foto abaixo:

 enquanto os idosos tomam guaraná, a filha mas velha prepara o café da manhã para todos da casa,   em seguinte os filhos vão a escola, onde é ensinado a língua materna e a língua portuguesa, e os pais vão trabalhar, depois da aula e do trabalho voltam para suas casas para preparar suas comidas para alimentarem-se em seguida vão repousar, logo depois voltam ao seu trabalho e seu filhos vão pescar.
Depois do trabalho os pais vão si divertir assim como os filhos, jogam futebol ate ao anoitecer.

Como mostra a foto abaixo:

A noite preparam suas comidas para o jantar, e logo em seguida ralam o guaraná “sapo”, durante o sapo, os idosos contam historias para seus filhos e netos, depois vão dormir, mas tarde pais ou filhos vão porongar, na madrugada quando voltam é feita o fogo para fazer o assado, depois voltam a dormir.

Trabalhos diversos realizado na aldeia, pelos comunitários.

Tecendo estera de Palha.
(Srª Sara Satere)
Nova Esperança - Rio Marau
Ano: 2011


Sr. Bonifácio abrindo palha para cercar sua casa.
Nova Esperança - Rio Marau
Ano: 2011


Dois Sateres voltando do trabalho.
Nova Esperança - Rio Marau
Ano: 2011


Jovem Satere atrepando
Nova Esperança - Rio Marau
Ano: 2011


Satere fazendo koka de palha simples
Sra Satere Mawe ralando guaraná "sapo'
Nova Esperança - Rio Marau
Ano: 2011

Koka de palha